17 January, 2008

envelhecimento mental-prevenção


Então, a primeira boa notícia, é que embora os neurónios se deteriorem, parece que à medida que se envelhece se pode aprender a usar zonas do cérebro até aí não utilizadas para melhorar certas tarefas cognitivas como a memória e o raciocínio. E este facto, contribui para uma mudança na forma como pensamos acerca da memória e do cérebro envelhecido. Só há um aspecto nos factores de envelhecimento mental que é inalterável: os progenitores. Se eles se mantêm ou mantinham lúcidos aos 90 anos, o mais provável é que o mesmo venha a passar-se connosco. Embora não possa fazer muito quanto aos seus genes, há coisas que pode influenciar.
Viver bem.
Infelizmente, nem sempre podemos escolher a posição que ocupamos na escala sócio-económica. Muito poucas, mesmo. Mas, é um facto que esta desempenha um papel importante na acuidade mental. Talvez isto se deva a hábitos mais saudáveis, a estilos de vida com menos stress, maior estimulação intelectual e social, enfim, pode parecer cruel, mas é real. Tal como o casamento. Pois é, «O que se passa dentro de casa é um dos melhores prenunciadores de um bom envelhecimento», dizia alguém. Casar com uma pessoa mais activa do ponto de vista intelectual aumenta as hipóteses de mantermos as nossas capacidades, o que não acontecerá, ou será menos provável, se da parte do outro não houver qualquer estimulação. Parece brincadeira, mas lembrem-se de pessoas que por viverem ao lado de outras intelectualmente inactivas, ou dementes, acabam por não encontrar motivação para manter uma vida mais estimulante das suas capacidades, ou mesmo, para o desenvolvimento de outras. A companhia, cria uma espécie de sinergia que ajuda a superar obstáculos.

Manter a forma física.
As pessoas que se mantêm fisicamente activas ao longo da vida, mantêm-se também muito mais em termos de capacidades cognitivas do que as da mesma idade que são sedentárias. Repare-se que, ao reduzir as probabilidades de desencadear hipertensão, dislipidémias, doenças cardíacas e diabetes, ou mesmo para os que já têm doença, a actividade física regular ajuda a controlá-las e a a evitar os acidentes vasculares isquémicos que posteriormente afectam o fluxo sanguíneo para o cérebro e que em ultima instância podem causar um tipo de demência.
Todas as actividades físicas devem ser estimuladas dentro das possibilidades de cada um. Um idoso pode, perfeitamente, ter uma ocupação cheia de significado sem que para isso tenha que fazer asa delta, ou partir a coluna tentando acompanhar os netos no surf. Mas pode, por exemplo, fazer hidroginástica-o melhor exercício para o idoso-, ginástica de manutenção em grupo, fazer caminhadas, dança(a maioria adora e é excelente), frequentar clubes de bairro onde possam fazer qualquer tipo de actividade como trabalhos manuais, desenho, pintura, ouvir musica, tocar um qualquer instrumento, nem que seja passar o tempo com jogos de mesa..., ou, estimular a ida a passeios, viagens, festas, etc. O idoso TEM QUE TER vida social, obviamente adequada à sua tolerância física. Mesmo os dependentes podem ter uma programação de actividade.

Flexibilidade e personalidade prévia.
Como já foi abordado antes, "Se os acontecimentos existenciais eram sentidos com alguma dificuldade ou sofrimento na idade adulta ou jovem, quando a própria fisiologia era mais favorável e as condições de vida mais satisfatórias e atraentes, no envelhecimento, então, quando as circunstâncias concorrem naturalmente para um decréscimo na qualidade geral de vida, a adaptação será muito mais problemática."
Quem se adapta bem à mudança tende a envelhecer melhor em termos de funções intelectuais do que quem tem uma personalidade mais rígida. E as pessoas mais sociáveis, quem faz amigos com facilidade, tem mais probabilidades de ter maior capacidade cerebral do que quem se mantém isolado. Uma rede social vasta de amigos com quem interagir, contribui para a tal sinergia e mantém o idoso intelectualmente válido e activo, muito mais do que não ter contacto social. Esta é, por exemplo, a grande vantagem da frequência de centros de dia em que se pratiquem actividades colectivas e em que vários assuntos sejam discutidos. Um idoso sozinho, rapidamente perde vitalidade mental já que o cérebro, é como qualquer outro órgão: é feito, mantido, pela função. É bem evidente que as pessoas que se envolvem em actividades de lazer intelectualmente estimulantes, de preferência várias vezes por semana, agem melhor do que as que se limitam a ficar sentadas no sofá a ver televisão.
Por exemplo, pode ser feita uma programação de leitura. Pode ser um livro de X em X tempo, pode ser uma revista semanal, pode ser o estabelecimento de um compromisso de ver as notícias diárias, de uma ida ao cinema em intervalos regulares, escrever sobre algum tema (um blog?:p), sempre dentro de um princípio recreativo mas que exija algum esforço intelectual, atenção, raciocínio, memorização, evocação de dados, evocação de aprendizagens anteriores. Este tipo de programação seria adequada a quem não pode sair de casa, além da população idosa em geral, como é óbvio.
Outro aspecto, manter o máximo de tranquilidade. Uma pessoa que vive em permanente stress, ou que, por exemplo, dorme mal, sente-se seguramente mais limitada, com menor capacidade de raciocínio ou de memorização. A insónia é frequente e pode ser facilmente resolvida.
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Em resumo, quando nos entretemos com passatempos que exigem activar a mente, não só reforçamos as sinapses dos nossos neurónios como criamos novas conexões. Quem aos 70-75 anos tiver "zilhões" de sinapses, pode dar-se ao luxo de perder uns milhões sem significativa deterioração cognitiva. Esse esforço, mesmo sob a forma de divertimento confere uma plasticidade ao cérebro que compensa as alterações próprias da idade, além de retardarem muito o aparecimento da demência propriamente dita. Assim se ganha qualidade de vida.
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Só uma última nota para chamar a vossa atenção para a prevenção mais clinica, digamos assim. Como se sabe, e eu referi acima, a circulação cerebral tem obviamente um papel crucial no funcionamento do cérebro. Todas as doenças que possam afectar esta circulação podem ter, e têm, um papel no desenvolvimento precoce de quadros de demência. São estas doenças, as mais frequentes, a diabetes, a hipertensão e a dislipidémia/hipercolesterolémia. O controlo metabólico da diabetes e da dislipidémia tem, como se sabe, um relacionamento estreito com a alimentação. Tal como o controlo da tensão arterial. Assim sendo, não é demais acrescentar à prevenção da demência, a alimentação adequada a quem tem aumento das gorduras no sangue e à qual já me referi neste post. Fundamental também, é o bom controlo da diabetes e da tensão arterial para os quais, além da dieta, tem muito bom efeito o exercício físico.

Contra Capa

1 comment:

Anonymous said...

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