Um sono tranquilo, repousante, que cumpra as funções de recuperação de energia e permita o bem-estar físico e mental para enfrentar as actividades do quotidiano é, não só uma necessidade como um desejo e constitui uma das preocupações ou queixas que mais frequentemente nos são colocadas por doentes, familiares ou amigos.
A insónia.
As necessidades de sono são variáveis e diminuem com a idade; enquanto os bebés precisam de 16 a 18 horas de sono, os adolescentes, funcionarão melhor com 9 a 10 horas de sono por dia (embora digam o contrário) e para a maioria dos adultos 7 a 8 horas é suficiente para um bom desempenho das tarefas diárias.
É conhecida a afirmação de que passamos dois terços da vida a dormir, mas há um grande número de pessoas que estão fora desses cálculos.
Pensa-se por exemplo, que as perturbações do sono afectam praticamente metade das pessoas com mais de 65 anos, inclusivamente com inversão do ritmo circadiano.
A insónia, é a sensação de sono não satisfatório, seja por dificuldade em adormecer, por acordar várias vezes durante a noite, por acordar demasiado cedo ou pela existência de um sono superficial e o diagnóstico exige que, além do dormir mal ou não dormir, exista também a perturbação do bem-estar no dia seguinte...uma noite mal dormida, é habitualmente seguida da sensação de cansaço, mas a verdade é que pode causar outro tipo de sintomas físicos ainda mais perturbadores, como dores musculares, articulares, cervicalgias, desconcentração, irritabilidade, cefaleias, perturbações gástricas, perturbações vasculares(edemas dos membros inferiores),mal estar, etc...curiosamente, as suas consequências nem sempre são atribuídas à patologia do sono mas a outros problemas, o que leva a que muitas vezes estas complicações não sejam diagnosticadas , nomeadamente nas crianças. Não obstante, há alguns sinais que a criança exibe durante o dia e que podem alertar os pais para problemas durante a noite: Sonolência excessiva, recusa em ir dormir ou em ir sozinha para a cama, agitação psicomotora, dificuldade em manter a atenção e concentração, dificuldades de aprendizagem, problemas de memória, agressividade face aos pares e à família.
Voltemos aos adultos.
Em relação aos dados estatísticos, podemos dizer que todos os grupos etários, raciais e socioeconomicos apresentam insónia mas, de modo geral, são as mulheres que mais referem o problema, o qual aumenta com a idade e nas pessoas que vivem sós.
O sono não tem todo a mesma qualidade, por ex., dormir de noite é mais reparador do que dormir de dia.
Existem 4 grandes grupos de causadores de insónia, a saber:
Causas psicológicas.
Um estado de tensão e stress, por ex. nos idosos(e não só) a morte de companheiro, perda do cônjuge, perda do espaço social, dificuldades financeiras, sentimentos de abandono por parte da família, limitações físicas próprias da idade, mudanças no status social, percepção da própria condição de doente, etc, são muitas vezes causa de insónia.
Neste grupo incluem-se ainda perturbações psiquiátricas como a ansiedade-caracterizada por insónia inicial, ou dificuldade em conciliar o sono(são as pessoas que se levantam porque não conseguem adormecer), a depressão-mais relacionada com a insónia terminal, ou seja, pelo despertar demasiado cedo, ainda de madrugada, e a demência-mais caracterizada pela inversão do ritmo sono vigília, são normalmente os idosos, que "trocam o dia pela noite".
Causas ambientais.
Uma das maneiras mais fáceis de "aprender" a ter insónia é a opção de deitar tarde, ficar até de manhã a ver televisão, ou a ler ou qualquer outra actividade inclusivamente profissional. O mesmo acontece a profissionais com necessidade do trabalho em turnos nocturnos, que podem ter dificuldades para criar uma rotina para o sono.
Causas médicas.
As doenças que mais frequentemente causam insónia são a depressão e as doenças cardiorespiratórias com a consequente "dificuldade em respirar", apneia do sono e as doenças osteoarticulares dolorosas.
Causas químicas.
Várias substâncias podem ser causa importante de insónia:
o álcool-produz um estado de excitação, a cafeína, a teofilina, a cocaína, os corticóides ("cortisona"), medicamentos "para a tiróide", medicamentos inibidores do apetite e, ao contrário do que seria espectável, os sedativos/benzodiazepinas (Valium®, Diazepam®, Lorax®, Dormonid®...). estes, principalmente nos idosos, dão frequentemente um efeito paradoxal, o que provoca aumentos inúteis das doses, sem resolução do problema, pelo contrário.
O que fazer?
Antes de recorrer à farmacologia, verificar se existe alguma condição responsável pela insónia e que mereça um tratamento anterior e prioritário. A depressão, o stress emocional, por exemplo, devem ter tratamento prioritário sobre a Insónia e, normalmente, esta cede depois de tratadas aquelas. As causas médicas devem igualmente ser controladas, sendo esta estabilização normalmente o suficiente para resolver o problema.
Identificar comportamentos que podem piorar a insónia e interrompê-los ou reduzi-los.
Experimentar técnicas comportamentais para melhorar o sono:
Terapia de relaxamento. Há técnicas específicas e efectivas que podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e a ansiedade. Como resultado, a mente repousa, os músculos podem relaxar e pode ocorrer o sono compensador. Geralmente é preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar o relaxamento efectivo.
Restrição de sono. Algumas pessoas com insónia gastam muito tempo na cama tentando sem sucesso dormir. Essas pessoas podem beneficiar de um programa de restrição de sono que primeiramente permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado até que seja alcançada um noite normal de sono.
Recondicionamento. Outro tratamento que pode ajudar: recondicionar para associar a cama e o horário de dormir com o sono. Para a maioria das pessoas, isso significa não usar a cama para nenhuma outra actividade como ver televisão ou ler. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada para ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, é orientada a levantar-se e a só voltar para a cama quando sentir que consegue dormir. E deve também evitar, obviamente, as sestas.
As necessidades de sono são variáveis e diminuem com a idade; enquanto os bebés precisam de 16 a 18 horas de sono, os adolescentes, funcionarão melhor com 9 a 10 horas de sono por dia (embora digam o contrário) e para a maioria dos adultos 7 a 8 horas é suficiente para um bom desempenho das tarefas diárias.
É conhecida a afirmação de que passamos dois terços da vida a dormir, mas há um grande número de pessoas que estão fora desses cálculos.
Pensa-se por exemplo, que as perturbações do sono afectam praticamente metade das pessoas com mais de 65 anos, inclusivamente com inversão do ritmo circadiano.
A insónia, é a sensação de sono não satisfatório, seja por dificuldade em adormecer, por acordar várias vezes durante a noite, por acordar demasiado cedo ou pela existência de um sono superficial e o diagnóstico exige que, além do dormir mal ou não dormir, exista também a perturbação do bem-estar no dia seguinte...uma noite mal dormida, é habitualmente seguida da sensação de cansaço, mas a verdade é que pode causar outro tipo de sintomas físicos ainda mais perturbadores, como dores musculares, articulares, cervicalgias, desconcentração, irritabilidade, cefaleias, perturbações gástricas, perturbações vasculares(edemas dos membros inferiores),mal estar, etc...curiosamente, as suas consequências nem sempre são atribuídas à patologia do sono mas a outros problemas, o que leva a que muitas vezes estas complicações não sejam diagnosticadas , nomeadamente nas crianças. Não obstante, há alguns sinais que a criança exibe durante o dia e que podem alertar os pais para problemas durante a noite: Sonolência excessiva, recusa em ir dormir ou em ir sozinha para a cama, agitação psicomotora, dificuldade em manter a atenção e concentração, dificuldades de aprendizagem, problemas de memória, agressividade face aos pares e à família.
Voltemos aos adultos.
Em relação aos dados estatísticos, podemos dizer que todos os grupos etários, raciais e socioeconomicos apresentam insónia mas, de modo geral, são as mulheres que mais referem o problema, o qual aumenta com a idade e nas pessoas que vivem sós.
O sono não tem todo a mesma qualidade, por ex., dormir de noite é mais reparador do que dormir de dia.
Existem 4 grandes grupos de causadores de insónia, a saber:
Causas psicológicas.
Um estado de tensão e stress, por ex. nos idosos(e não só) a morte de companheiro, perda do cônjuge, perda do espaço social, dificuldades financeiras, sentimentos de abandono por parte da família, limitações físicas próprias da idade, mudanças no status social, percepção da própria condição de doente, etc, são muitas vezes causa de insónia.
Neste grupo incluem-se ainda perturbações psiquiátricas como a ansiedade-caracterizada por insónia inicial, ou dificuldade em conciliar o sono(são as pessoas que se levantam porque não conseguem adormecer), a depressão-mais relacionada com a insónia terminal, ou seja, pelo despertar demasiado cedo, ainda de madrugada, e a demência-mais caracterizada pela inversão do ritmo sono vigília, são normalmente os idosos, que "trocam o dia pela noite".
Causas ambientais.
Uma das maneiras mais fáceis de "aprender" a ter insónia é a opção de deitar tarde, ficar até de manhã a ver televisão, ou a ler ou qualquer outra actividade inclusivamente profissional. O mesmo acontece a profissionais com necessidade do trabalho em turnos nocturnos, que podem ter dificuldades para criar uma rotina para o sono.
Causas médicas.
As doenças que mais frequentemente causam insónia são a depressão e as doenças cardiorespiratórias com a consequente "dificuldade em respirar", apneia do sono e as doenças osteoarticulares dolorosas.
Causas químicas.
Várias substâncias podem ser causa importante de insónia:
o álcool-produz um estado de excitação, a cafeína, a teofilina, a cocaína, os corticóides ("cortisona"), medicamentos "para a tiróide", medicamentos inibidores do apetite e, ao contrário do que seria espectável, os sedativos/benzodiazepinas (Valium®, Diazepam®, Lorax®, Dormonid®...). estes, principalmente nos idosos, dão frequentemente um efeito paradoxal, o que provoca aumentos inúteis das doses, sem resolução do problema, pelo contrário.
O que fazer?
Antes de recorrer à farmacologia, verificar se existe alguma condição responsável pela insónia e que mereça um tratamento anterior e prioritário. A depressão, o stress emocional, por exemplo, devem ter tratamento prioritário sobre a Insónia e, normalmente, esta cede depois de tratadas aquelas. As causas médicas devem igualmente ser controladas, sendo esta estabilização normalmente o suficiente para resolver o problema.
Identificar comportamentos que podem piorar a insónia e interrompê-los ou reduzi-los.
Experimentar técnicas comportamentais para melhorar o sono:
Terapia de relaxamento. Há técnicas específicas e efectivas que podem reduzir ou eliminar a tensão corporal e a ansiedade. Como resultado, a mente repousa, os músculos podem relaxar e pode ocorrer o sono compensador. Geralmente é preciso muita prática para aprender essas técnicas e alcançar o relaxamento efectivo.
Restrição de sono. Algumas pessoas com insónia gastam muito tempo na cama tentando sem sucesso dormir. Essas pessoas podem beneficiar de um programa de restrição de sono que primeiramente permite apenas algumas horas de sono durante a noite. Gradualmente o tempo é aumentado até que seja alcançada um noite normal de sono.
Recondicionamento. Outro tratamento que pode ajudar: recondicionar para associar a cama e o horário de dormir com o sono. Para a maioria das pessoas, isso significa não usar a cama para nenhuma outra actividade como ver televisão ou ler. Como parte do processo de recondicionamento, a pessoa é geralmente aconselhada para ir para a cama somente quando estiver com sono. Se não for capaz de dormir, é orientada a levantar-se e a só voltar para a cama quando sentir que consegue dormir. E deve também evitar, obviamente, as sestas.
Farmacologia.
Preferencialmente, o tratamento medicamentoso deve ser temporário, até que se corrijam as causas que a originaram. A duração do tratamento deve ser definida em função da indicação. Trata-se de 2 a 5 dias em caso de insónia ocasional (ex.: durante uma viagem ou mudança de ambiente) e de 2 a 3 semanas em caso de insónia transitória (quando da ocorrência repentina de um incidente psicológico sério). O tratamento da insónia Crónica deve ser instituído somente após consulta médica. Qualquer persistência de distúrbios do sono após um período de 6 semanas deve ser objecto de investigações adicionais.
Os medicamentos mais usados são as benzodiazepinas, vulgo calmantes, os anti-histaminicos ou antialérgicos, os neurolépticos e antidepressivos-sedativos. Todos têm características diferentes, aplicações e indicações diferentes conforme a situação e as características da pessoa. Nesse sentido, o tratamento farmacológico deve sempre ser orientado por um médico.
Preferencialmente, o tratamento medicamentoso deve ser temporário, até que se corrijam as causas que a originaram. A duração do tratamento deve ser definida em função da indicação. Trata-se de 2 a 5 dias em caso de insónia ocasional (ex.: durante uma viagem ou mudança de ambiente) e de 2 a 3 semanas em caso de insónia transitória (quando da ocorrência repentina de um incidente psicológico sério). O tratamento da insónia Crónica deve ser instituído somente após consulta médica. Qualquer persistência de distúrbios do sono após um período de 6 semanas deve ser objecto de investigações adicionais.
Os medicamentos mais usados são as benzodiazepinas, vulgo calmantes, os anti-histaminicos ou antialérgicos, os neurolépticos e antidepressivos-sedativos. Todos têm características diferentes, aplicações e indicações diferentes conforme a situação e as características da pessoa. Nesse sentido, o tratamento farmacológico deve sempre ser orientado por um médico.
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Sem me alongar mais, espero que tenha sido útil. Durmam bem, se puderem e vos deixarem..
1 comment:
Era tão bom que ele chagasse!
o grande drama de um fibrobmialgica :-S
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