Como aparece? O que fazer?
Uma grande parte das pessoas já teve, ou se não teve, tem grande possibilidade de vir a ter. É um vírus de grande prevalência na população em geral e manifesta-se quando o organismo por qualquer motivo se encontra mais frágil.
Começa com uma comichão discreta acompanhada de um leve ardor no lábio. Estes são os primeiros sinais de que a saga está para vir. Segue-se a vermelhidão, as vesículas e a dor, posteriormente a crosta enorme acrescidos do desconforto que acompanha penosos movimentos simples como comer, conversar ou sorrir, passando pelo constrangimento de exibir uma ferida que todos sabem que é contagiosa numa sociedade em que, por exemplo, as pessoas se cumprimentam com um beijo. Uma via-crucis que irá perdurar por cerca de sete longos dias. Quem já teve uma crise de herpes conhece bem.
Calcula-se que Cerca de 90% da população já tenha tido contacto com o vírus , mas apenas de 10 a 15% manifestem os sintomas. Parte das pessoas contrai vírus na infância, por meio do contacto com gotículas de saliva — haja beijocas ou brinquedos contaminados--. Já na idade adulta, a transmissão costuma ser, literalmente, boca a boca; é feita por contacto oral, anal, genital, incluindo masturbação, beijos ou qualquer contacto pele-pele que permita a transferência de fluidos do corpo, além de talheres e copos recém contaminados.
O vírus mantém-se alojado no organismo para sempre e manifesta-se conforme as características e as defesas de cada um. Pode ir de uma vez, a primeira, e nunca mais voltar, até centenas/várias vezes por ano. Factores diversos estão implicados na recorrência, como fadiga, transtorno emocional (depressão, por exemplo), stress, luz solar em excesso ou tudo aquilo que puder representar cansaço e baixa de resistência ou debilidade. Em casos de imunodeficiência importante, estas manifestações podem ultrapassar a lesão labial e afectar outros orgãos chegando nomeadamente às meninges ou ao cérebro- meningite/encefalites herpéticas. Esta evolução é raríssima em indivíduos imunocompetentes.
Depois da primeira infecção, os vírus do herpes migram pelas células nervosas até aos chamados gânglios neuronais, onde entram numa fase de latência, ou seja, ficam num estado inactivo em que não provocam doença. Estão a aguardar o aparecimento de condições favoráveis para poderem de novo replicar-se e provocar a doença.
O que fazer??
Regra geral, medidas gerais, ou "caseiras", sendo que o mais importante é NÃO CONTAMINAR.
Na fase em que a pele arde e se sente prurido, antes que as vesículas (bolhas) ou a ferida apareçam, é a fase em que vale a pena plicar uma pomada antiviral. Há algumas no mercado, mas é preciso ter em atenção que esta fase dura, ás vezes, menos de um dia. A partir daí, quando já se nota uma vesícula pequena, e isto pode ser literalmente em horas, já não faz rigorosamente nada (além de ser cara). Nota: em casos mais graves, ou extensos, ou em imunocomprometidos, pode justificar-se terapêutica anti-retroviral em comprimidos. Mas isso são a minoria.
Nas situações mais simples e comuns, a regra é: haja paciência.
Cuidado com uma coisa importante: as vesículas estão cheias de vírus e são extremamente infecciosas.
Apesar de todos os cuidados, as vesículas rompem-se e juntam-se, ocasionando uma grande ferida com secreção. O vírus pode facilmente ser transmitido a outras pessoas durante este estágio. Não se deve manusear a lesão pela possibilidade de contaminar as mãos e consequentemente outras partes do corpo (se esfregar os olhos depois de tocar a ferida do Herpes Labial poderá, por ex, vir a provocar uma infecção ocular grave ) e também outras pessoas. Higiene com água e sabão continuam a ser o tratamento indicado.
Aplicar gelo sobre as lesões é uma das dicas mais eficazes. A temperatura fria alivia a dor, inibe a replicação viral e auxilia na recuperação. Abrevia de modo significativo o tempo de cicatrização.
Lavar as lesões com água e sabão, como já se disse, que é um excelente desinfectante, e aplicar uma pomada cicatrizante á noite (pomadas com Vit A-as brancas compactas).
A ferida começa então a secar e sarar. Inicia-se a formação da crosta e a cicatrização. Nunca se deve remover crosta da ferida, pois o tecido abaixo ainda não está totalmente cicatrizado além da possibilidade de ainda estar contaminada.
Continuar a fazer higiene local e uso da medicação indicada pelo médico, se necessário.
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